A guerra comercial entre China e Estados Unidos ganhou novos capítulos nesta quinta-feira (10). O governo chinês anunciou a aplicação de tarifas de 84% sobre produtos norte-americanos, como resposta direta às recentes medidas dos EUA. A nova alíquota representa uma alta de 50% em relação aos 34% aplicados anteriormente.
A escalada das tarifas
A medida foi anunciada no mesmo dia em que os EUA colocaram em prática uma tarifa adicional de 50% sobre importações vindas da China, elevando o total para 104%. Essa decisão foi impulsionada pelo ultimato dado pelo presidente americano Donald Trump, que exigia a retirada das tarifas chinesas até quarta-feira (8).
Como o governo chinês não cedeu, a Casa Branca cumpriu a ameaça. Em contrapartida, Pequim não só manteve sua posição como aumentou a retaliação. O Ministério das Finanças chinês confirmou as novas tarifas e reforçou que o país está preparado para enfrentar uma guerra tarifária prolongada, caso seja necessário.
China endurece o discurso
Além das tarifas, a China divulgou um documento oficial reforçando sua disposição para negociar, mas com base em respeito mútuo e igualdade. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores acusou os EUA de usar tarifas como forma de coerção econômica e declarou que Pequim “jamais aceitará intimidações”.
Em comunicado à Organização Mundial do Comércio (OMC), a China expressou “profunda preocupação” com os impactos globais da decisão americana, alertando sobre os riscos para o comércio internacional.
Impactos no mercado global
A tensão entre as duas maiores economias do mundo mexeu com os mercados. Na Europa, as principais bolsas registraram quedas acentuadas, com perdas de até 5%. O dólar subiu mais de 1% no Brasil e foi negociado a R$ 6,05 logo nas primeiras horas do dia.
Enquanto isso, o mercado asiático teve um fechamento misto: China e Hong Kong conseguiram registrar leve alta, mas Japão e Coreia do Sul fecharam no vermelho.