Viagem de Janja e comitiva em Roma já custou mais de R$ 140 mil aos cofres públicos

A comitiva que acompanha a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e o ministro do Desenvolvimento Social (MDS), Wellington Dias (PT), em Roma, tem um alto custo para os cofres públicos. A viagem já ultrapassa R$ 140 mil, e esse valor deve aumentar, pois ainda não foram divulgados os gastos com diárias de Janja e as passagens de outros integrantes da comitiva.

O Ministério da Fazenda informou que duas servidoras estão em Roma em missão vinculada ao Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), entidade responsável pelo evento. No entanto, os demais órgãos envolvidos não esclareceram totalmente os custos da viagem. O Ministério do Desenvolvimento Social prometeu informações futuras, enquanto a Presidência da República sequer respondeu aos questionamentos.

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Gastos elevados com diárias

A comitiva é composta por pelo menos 12 pessoas, incluindo Wellington Dias, Janja, assessores e membros do chamado “gabinete informal” da primeira-dama. Entre os gastos mais elevados, destaca-se o pagamento de R$ 17.821,85 à servidora Raquel Porto Mendes Ribeiro, do Ministério da Fazenda, referente a oito diárias para participação em eventos do FIDA.

Outros assessores também receberam valores altos. O assessor de imprensa Allisson Bacelar, o assessor internacional Renato Domith Godinho e a gerente de projetos Roberta Aline e Silva Sousa receberam, cada um, R$ 13,9 mil em diárias. No caso da equipe de Janja, os valores também são significativos: a assessora de imprensa Taynara Pretto, o ajudante de ordens Edson Antônio Moura Pinto, o fotógrafo Cláudio Adão dos Santos Souza (Edinho) e a assessora Julia Camilo Fernandes Silva receberam R$ 6.033,63 cada um. O assessor-chefe adjunto da Presidência, Audo Araújo Faleiro, recebeu R$ 10.710,03 em diárias.

Viagem com justificativa frágil

Janja e Wellington Dias participaram de eventos como a reunião do Conselho Interino de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Brasil durante o G20, e da 48ª Sessão do Conselho de Governança do FIDA. No entanto, a relevância prática da presença de tantos membros do governo nesses eventos é questionável, especialmente diante da crise econômica do país.

Janja, que não ocupa cargo oficial, justificou sua presença com um discurso sobre a importância da cooperação internacional para combater a fome. Entretanto, sua viagem custeada com dinheiro público levanta dúvidas sobre a necessidade de seu deslocamento para a Europa.

Encontro com o Papa e mais despesas

Na quarta-feira (12), Janja se encontrou com o Papa Francisco no Vaticano e celebrou a reunião como um momento especial. No entanto, o encontro pessoal não possui relevância direta para a administração pública e reforça a percepção de que a viagem teve um caráter mais pessoal do que institucional.

Gastos do “gabinete informal” de Janja só aumentam

Desde o início do terceiro mandato de Lula, o chamado “gabinete informal” de Janja já gastou pelo menos R$ 1,2 milhão em viagens. Apesar da polêmica, os gastos continuam crescendo, sem transparência adequada sobre a necessidade real dessas despesas.

O alto custo da viagem a Roma, a falta de esclarecimentos sobre gastos e a presença de uma comitiva numerosa reforçam a percepção de desperdício do dinheiro público. Enquanto o país enfrenta desafios econômicos, os gastos excessivos da primeira-dama e sua equipe seguem sem justificativa convincente.